sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Assalto – “perdeu”

RTEmagicC_Ar.jpg       Quem ainda não foi abordado com um indivíduo anunciando um assalto? Quando isto acontece, o ladrão intimida a vítima dizendo “perdeu”. O bandido está como que num jogo. Ele fica na espreita pronto para atacar. Quando o ataque finalmente é executado, qualquer tipo de reação pode ser fatal. Ao anunciar o roubo, o assaltante também está dizendo que o jogo acabou.

       Em algumas situações não há como evitar a abordagem do assaltante. O melhor a fazer, neste momento, é reconhecer que, de fato, perdemos. Não estamos em condições de negociar e muito menos de nos defendermos. Objetos de muito ou pouco valor podem ser adquiridos novamente. A vida, jamais.

       Existe um assaltante muito mais perigoso, que se apresenta como amigo e diz que podemos possuir tudo o que quisermos. Trata-se de Satanás. Ele anuncia o assalto sem percebermos. O seu objetivo é tirar de nós a fé em Cristo. E, perder a fé significa destruição completa e eterna. 

       Satanás não se preocupa com aqueles que não têm fé. O seu alvo são os cristãos. Isto reduz consideravelmente o seu campo de ação e o torna extremamente perigoso. Ele tem tempo para esperar e atacar na hora certa. Por isso, todo o cuidado é pouco. Subestimá-lo será fatal.

       No entanto, temos alguém que é mais poderoso. Ele quer ser nosso amigo e Salvador. É Cristo. Ele nos livra da condenação por causa do pecado e está ao nosso lado para proteger. Permanecendo na fé que recebemos no batismo ou pelo ouvir do Evangelho, não há o que temer. Jesus diz: “O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa.” João 10.10.

       Estando com Jesus, podemos sofrer com algumas perdas, nesta vida. Os sofrimentos acompanharão os filhos de Deus. Até podemos perder bens e saúde, mas não perderemos a verdadeira e eterna vida. Lembro algumas palavras do reformador Martinho Lutero: “Se vierem roubar os bens, vida e o lar – que tudo se vá! Proveito não lhes dá. O céu é nossa herança.”

Pastor Fernando Emilio Graffunder

A água que ainda temos

meio-ambiente-02A falta da água na maior cidade do Brasil é um contrassenso parecido com a falta de dinheiro no sétimo país mais rico do mundo. Estamos sendo irresponsáveis com o que temos de sobra. Meu irmão que vive na Alemanha me explicou como funciona o uso da água por lá onde nos telhados das casas coleta-se a chuva que é usada nos banheiros, jardins etc. As precipitações das nuvens são intensas por aqui, sobretudo em nossa região. Apesar disto, querem construir grandes barragens nas nascentes do Rio dos Sinos, algo inviável em todos os aspectos. Por que não fazer "barragens" nos telhados das casas? A água vem de cima e de graça!  Tecnologia existe e os investimentos seriam menores, sem danos sociais e ambientais. Apenas um exemplo quando água não falta, o que falta é conscientização, investimentos e ações concretas.

Algo parecido acontece com outra água. Diz Jesus: "A pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dá vida eterna" (João 4.14). Esta água também vem cima e sem custos: "A quem tem sede darei água para beber, de graça, da fonte da água da vida" (Apocalipse 21.6). Mas esse dom precioso é desperdiçado, jogado fora, mal usado, contaminado, trocado. "O meu povo me trocou, trocou a mim, o seu Deus glorioso por deuses que não podem ajudá-los", reclamou o Senhor no Antigo Testamento. "Eles abandonaram a mim, a fonte de água fresca, e cavaram cisternas, cisternas rachadas que deixam vazar a água da chuva (Jeremias 2.11,13).

Percebe-se que o óbvio com a água é um perigo imediato a todos, também àqueles que têm em grande quantidade. E a maior ameaça nessas horas é o desperdício. Por isto, quando existe o alerta para agirmos enquanto é tempo, no caso da água da vida o recado bíblico é contundente: "Não deixem que fique sem proveito a graça de Deus (...) Escutem! Este é o tempo em que Deus mostra a sua bondade. Hoje é o dia de ser salvo" (2 Coríntios 6.1,2).

Marcos Schmidt

Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Novo Hamburgo, 31 de janeiro de 2015

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Carvalho ou abóbora?

182430_Papel-de-Parede-Abobora--182430_1400x1050Um pai, acompanhando os estudos do filho, perguntou ao diretor da escola sobre o tempo que levaria para o filho se formar.

- “Isso depende do que o senhor quer para o seu filho”, respondeu o diretor. E continuou: “Para um carvalho, árvore que se torna forte e frondosa, leva-se muito tempo. Porém, para uma abóbora, o processo é rápido e ela fica junto à terra, rasteira. O senhor quer que seu filho alcance estatura intelectual elevada e esteja forte para enfrentar os desafios da vida e ser útil para a sociedade, ou quer que ele apenas fique nos conhecimentos rudimentares e permaneça numa vida de baixo nível intelectual e pouco preparo para a vida produtiva?”

Quem já foi agraciado com a fé, pelo Espírito Santo, deve compreender que não pode deixar de buscar continuamente (educação continuada) o seu crescimento espiritual, auxiliado pela graça de Deus. Por isso, é razoável fazer um exame periódico de nossa vida, para verificar se temos feito algum progresso. O propósito de Deus é a nossa justificação e santificação, como o apóstolo Paulo escreveu: “Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1 Ts 4.3).

A nossa maturidade espiritual está relacionada com a santificação de nossa vida. Não é de um dia para outro que isto acontece, pois o crescimento é um processo que deve perdurar por toda a nossa vida. Velhos e maus hábitos precisam ser superados. Vícios precisam ser eliminados. Tudo, enfim, que revel fraqueza de caráter exige uma luta constante, olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus (Hb 12,2).