terça-feira, 19 de novembro de 2013

“Rios Batam Palmas” (Sl 98.8)

Por: Elvio Figur

mapa4Olhando para o globo terrestre, percebo diversas linhas serpenteando e criando caminhos através da paisagem. São linhas curvas, retas, toscas, belas atravessando planícies, desertos e pântanos. Passam ainda por vales, florestas e serras formando belíssimas cachoeiras, corredeiras e calmaria. Estou me referindo às artérias da vida do nosso planeta, os rios.
O Salmo 98, que exalta as maravilhas e convoca todas as criaturas ao louvor da glória de Deus, traz uma expressão em que convida os rios, com todo seu esplendor, a ‘Baterem Palmas’ numa demonstração de adoração e louvor à gloria do seu criador.
Quando os rios batem palmas? Pode um rio bater palmas?
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O profeta Habacuque, em sua oração no final de seu livro descreve o que mais se assemelha a uma ‘revolta’ dos rios e das águas; “É contra os rios, ó Senhor, que estás irado? É contra o mar que estás furioso?... Tu cavas a terra com enchentes. As montanhas te viram e tremeram; uma tromba d’água caiu do céu. As águas debaixo da terra rugiram; as suas ondas imensas se levantaram” (Hc 3.8-10).
Com tantas enchentes, tsunamis e temporais acontecendo, somos levados às mesmas indagações do profeta; “É contra os rios, ó Senhor, que estás irado? É contra o mar que estás furioso?” O mundo, com frequência, chora e fica espantado com a força das ondas. Ficamos espantados com a força da natureza e com a pequenez do homem diante dessas forças da natureza.
Quando os rios batem palmas? Pode um rio bater palmas?
Qual deve ser a resposta dos proprietários rurais que veem suas terras alagadas e suas plantações perdidas? O que dizem as donas de casa que veem seus bens comprados com tanto suor perder-se em questão de minutos pela enxurrada? O que pensamos ao ver famílias inteiras serem engolidas pelo barro deslizando sobre suas casas? Não dá nem pra imaginar a tristeza, a impotência e o terror de quem viveu ou vive tudo isso.
Qual a razão de tudo isso? A tendência humana é culpar a Deus. Mas o ser humano se esquece de que tem parte nisso tudo. A razão dessas desgreaças pode ser a mesma dos tempos de Noé: A Maldade humana (Gn 6.7, 12). A razão pode ser a violência contra o homem e contra a natureza, ‘entulhos do consumismo que entopem os rios, ganância que desvia o dinheiro para os bueiros da corrupção, insensatez que não enxerga que todos estão no mesmo barco’ (Marcos Schmidt – Art; ‘Previsão do tempo).
A fúria da natureza não é, necessariamente, ‘castigo’ pelo pecado, mas é sinal de que o fim dos tempos se aproxima, pois “... o Universo todo geme e sofre como uma mulher que está em trabalho de parto” (Rm 8.22) aguardando com muita impaciência “o momento em que Deus vai revelar o que os seus filhos realmente são” (Rm 8.19). Jesus alertou quanto a esses sinais do fim dos tempos; “Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu... Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados” (Lc 21.11, 25, 26).
Com relação a todas essas advertências, Jesus já havia alertado em outro momento para que o seu povo não desesperasse, mas aguardasse sua vinda de maneira prudente. Ele disse; “Como foi no tempo de Noé, assim também será nos dias de antes da vinda do Filho do Homem. Todos comiam e bebiam, e os homens e as mulheres se casavam, até o dia em que Noé entrou na barca. Depois veio o dilúvio e matou a todos” (Lc 17.26 e 27). Assim, o que nós precisamos é nos precaver e ouvir os avisos de Deus enquanto ainda é tempo como Noé que, pela fé, ouviu os avisos e obedeceu a Deus e, por isso, ele e sua família foram salvos (Hb 11.7).
Jesus, ao advertir sobre a fúria dos rios e de toda a natureza, também alertou aos seus ouvintes; “Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos” (Lc 21.28), e a Arca/Barco, é a Cruz de Cristo que salva por Graça, mediante a Fé...
959481-7616-it2Portanto, primeiramente, ‘os rios batem palmas’ quando nos avisam a respeito do juízo de Deus. Eles nos advertem a que sejamos precavidos e para que confiemos nele que providencia a salvação para todos através de uma ‘arca’, que é o seu próprio filho Jesus Cristo.

Quando os rios batem palmas? Pode um rio bater palmas?
Apesar de serem porta vozes do juízo de Deus, os rios são, principalmente, uma das maiores bênçãos concedidas pelo criador. Os rios são verdadeiras artérias de vida para o nosso planeta. E, nesse sentido, os rios também ‘batem palmas’. Eles confirmam a sabedoria e o poder de Deus, o criador, como diz o salmista; “Levantam os rios, ó Senhor, levantam os rios a sua voz; o mar ergue sua voz e ruge. Mas o Senhor nas alturas é mais poderoso do que a fúria do oceano...” (Sl 93.3 e 4).
Em outro momento o Senhor Deus pergunta ao piedoso Jó; “Quem foi que abriu um canal para deixar cair os aguaceiros e marcou o caminho por onde as tempestades devem passar?” (Jó 38.25). E, é claro, a resposta envolve um complexo sistema que chamamos de ‘ciclo da água’ que envolve evaporação, esfriamento, condensação e formação de nuvens e chuvas. Sobre esse ciclo que obedece a chamada ‘lei da natureza’ firmada pelo próprio Deus (Sl 148.6, 8), a Bíblia diz; “Todos os rios correm para o mar, porém o mar não fica cheio. A água volta para onde nascem os rios e tudo começa outra vez” (Ec 1.7). Nesse ciclo ininterrupto, os rios saciam a sede do homem e fornecem água para suas plantações, e solo fértil a beira dos rios, ideal para a agricultura.
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Os rios são verdadeiras bênçãos, são como artérias de vida no Planeta, além de proporcionar verdadeiros espetáculos aos nossos olhos, como as cataratas do Rio Iguaçu entre outras. Mas eles são também protagonistas de inundações e fúria com suas ondas, muitas vezes, arrasadoras, como os tsunamis. Os Rios e o Mar, são assim, portadores de mensagem de advertência, lei e castigo, e, ao mesmo tempo, são portadores de mensagens de vida, evangelho e graça.
Portanto, ao observá-los, compartilhamos dos sentimentos do salmista que entoou seu louvor dizendo; “Rios batam palmas! Montes, cantem com júbilo na presença do Senhor, porque ele vem julgar a terra; Ele governará os povos do mundo com justiça e de acordo com o que é direito” (Sl 98.8 e 9).
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