sexta-feira, 31 de outubro de 2014

2014 - CPT 20 - Reforma Parte 03

CapturarA reforma, mesmo sendo um movimento eminentemente religioso, acabou influenciando todas as outras esferas da sociedade.

31 de outubro, dia de...

314196_521566427854709_966312729_n31 de outubro. Data especial? Sim.

Hoje é o “Dia da Dona de Casa”, também chamada de “do lar”. Dia, portanto, de agradecer a Deus por aquelas mulheres que fazem um trabalho megaimportante, mas nem sempre reconhecido. Num tempo em que as mulheres buscam cada vez mais o seu espaço no mercado de trabalho, parece que cuidar da casa (no sentido de “família”) está cada vez mais fora de moda. Para muitos, isso é sinônimo de humilhação, submissão e outros termos usados pejorativamente. Mas poderíamos dizer que se trata de uma vocação digna, essencial e celestial. Lembre hoje com carinho daquelas trabalhadoras do lar que não recebem um salário, não tiram férias e cuidam de tudo para que haja organização, saúde e alegria dentro de casa.

Hoje também é o “Dia da Poupança”. Não estou falando da caderneta de poupança, mas da poupança em si. Poupança é aquela parcela da renda que não é gasta, sendo guardada para uso futuro. Isso inclui uma boa administração do lar, evitando o consumismo e precavendo-se para necessidades futuras. Deus nos deixou de presente a inteligência – e usá-la é sinônimo de boa administração. Claro que, em nossos dias, está cada vez mais difícil economizar. Mas hoje é dia de lembrar com carinho que viver com aquilo que fomos abençoados por Deus é viver de forma sábia, inteligente e precavida.

Para alguns, hoje é “Dia de Halloween” ou “Dia das Bruxas”. Essa “festividade” recuso-me a lembrar com carinho. Sua origem remonta o povo celta, que acreditava que, nesse dia, os espíritos saíam do cemitério para tomar posse dos corpos dos vivos. Mas as bruxas fizeram a fama da data por supostamente se reunirem para uma festa, comandada por ninguém menos que o diabo. Entre “doçuras ou travessuras”, é sempre bom se perguntar se brincar com coisa séria e anticristã é uma boa pedida.

Mas há outra data especial hoje. Há exatos 497 anos, um homem afixava, na porta de uma catedral na Alemanha, 95 teses, que questionavam práticas vigentes da igreja de então. Este homem defendia, na verdade, o que Deus, muito tempo antes, já havia falado:

- Você não precisa pagar nada para Deus nem para a igreja para ser perdoado. O perdão de Deus é de graça, porque Jesus já pagou o preço ao morrer na cruz.

- Você não precisa fazer algo para Deus para mostrar que é “merecedor” do perdão. Para obter o perdão, Deus nos faz crer e confiar em Jesus como o nosso Perdoador e Salvador.

- Você não precisa ir muito longe para conhecer esse Deus. Ele mesmo se revela a você, na língua que você mesmo fala, através da Bíblia, a Palavra e Voz dele, a única fonte e guia para conduzir vida, doutrina e igreja.

Em resumo, o perdão e a salvação são dádivas de Deus, dados de graça, sem mérito ou pagamento nosso. Deus nos concede esses presentes quando cremos [“fé”] que Jesus morreu por nós, derramou seu sangue e ressuscitou, vencendo a morte. É isto que Deus nos revela na Bíblia, e jamais qualquer ser humano (por melhor que seja) estará à altura deste santo livro.

Se você também pensa e crê assim, guarde com carinho o dia de hoje: 31 de outubro, “Dia da Reforma”. Dia em que não enaltecemos seres humanos, bens ou demônios. Mas um dia em que enaltecemos a verdade de Deus: a única verdade que liberta, perdoa e salva.

Ou seja, 31 de outubro é [mais um] dia de Deus.

Julio Jandt

terça-feira, 28 de outubro de 2014

REFLEXÃO: ‘Sola Gratia!’

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Por Elvio Figur

- O que você está lendo?

- Um livro que uma amiga me deu. Aqui estão os capítulos; Disciplina, Amor, Graça... – disse ela folheando as páginas.

- Graça? O que é Graça? – perguntou o homem demonstrando interesse.

- Não sei. – disse ela - Ainda não cheguei lá!

Penso na ultima resposta quando observo o comportamento das pessoas mundo afora. Há tanto ódio, tanta opressão, violência, desmembramento de famílias, casas invadidas por criminosos... Há ausência de Graça entre as pessoas.

- Mas o que é Graça? - E a resposta de um mundo em colapso e sem amor parece ser sempre a mesma; Não sei! Ainda não chegamos lá!

O artista alemão Gregor Schneider criou uma instalação em forma de prisão na praia de Bondi, em Sydney, Austrália. As pessoas que visitam a praia são convidadas a tomar sol dentro das celas. “No Começo nós não vimos uma diferença muito grande, mas depois, quando fechamos a porta da cela, começamos a sentir um pânico, uma sensação de medo e claustrofobia” disse uma turista que passou pela notável experiência.

Sobre o motivo que o levou a fazer as celas, Gregor cita um ataque criminoso àquela praia Australiana. E ele comenta; “Não Dá pra acreditar que tal coisa aconteça num lugar tão bonito...”. (BBC Brasil em 22 de outubro de 2007)

Sou forçado a concordar com este artista. Acho que ele acertou em cheio. “Não dá pra acreditar que tais coisas aconteçam num lugar tão bonito...” em um mundo tão bonito criado por um Deus que quer a felicidade de seus filhos. Não dá pra acreditar que na Praia da Graça de Deus, o que predomina sejam as celas da Lei.

Martinho Lutero se viu preso nas mãos de um Deus que só o deixava cada vez mais desesperado por causa da sua indignidade. Pressionado pelo medo e pelo desespero diante da evidente miséria e morte, o povo era pressionado a pagar altos sacrifícios pelo seu erro sob pena de passar a eternidade no Inferno.

Com o passar dos tempos e pressionado pelas suas próprias culpas a buscar compreender este Deus tão irado, Martinho viu e pôde compreender a graça de Deus pela primeira vez quando a sua ficha caiu ao ler, entre outros, os textos de Romanos 6.14; “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da Graça”; e também Romanos 3.24; “... (somos) justificados gratuitamente, por sua Graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Foi como se ele, agora descobrisse, que durante toda a sua vida estivera com os olhos vendados, e preso em uma cela chamada Lei, e que, ao redor dele havia uma imensa e belíssima praia. A praia da Graça de Deus que justifica gratuitamente por meio da redenção que há em Cristo Jesus. É disso que fala o evangelho de João Capítulo 1 versículo 17; “Porque a Lei foi dada por intermédio de Moisés; mas a Graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”.

A Graça é o que Jesus veio trazer. Ela é o maior e melhor presente de Deus ao ser humano. A Graça é o perdão de absolutamente todos os pecados ao pecador que, arrependido se confessa culpado, e apela para a Misericórdia do Pai.

Sola Gratia! (Do Latim - Somente pela Graça!) Esse é um dos Pilares da Reforma Luterana. A verdade de que não estamos mais debaixo da lei, e sim da Graça pela Fé em Cristo Jesus.

Mas, mesmo em nossos dias, 497 anos após a Reforma Luterana, parece que não entendemos ainda e nem vivemos o real sentido da Graça que Cristo veio trazer. Experimente perguntar a qualquer pessoa o que ela pensa quando você usa a expressão; “Cristão Evangélico” ou “Católico”? A resposta que você irá ouvir pode vir nos seguintes termos; - São ativistas barulhentos, a favor da vida... ou; - São fanáticos contrários aos direitos dos homossexuais e das prostitutas... Ou; - São críticos acirrados da Televisão e dos malefícios da Internet... do aborto... etc. Nunca, ou muito raramente você irá ouvir como resposta uma descrição que tenha algum cheiro de Graça... Parece que, ainda hoje não é esse o tipo de aroma que os cristãos distribuem para o mundo, apesar do que Jesus falou; Sejam Sal e Luz no mundo... Ser Sal e Luz é também distribuir Graça, distribuir Perdão... Distribuir Amor...

Sermos agentes que irradiam dessa Graça de Deus em Jesus Cristo para o mundo, essa é nossa tarefa como cristãos.

No dia 31 de outubro lembramos os 497 anos da Reforma Luterana. A redescoberta de que; não estamos mais debaixo da lei, e sim da Graça...” (Rm 6.14), pois “A Graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17) e, por isso “...(somos) justificados gratuitamente, por sua Graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Assim, como cristãos, não andemos mais como cegos encarcerados na praia, pois temos a Graça de Deus, que é seu perdão incondicional em favor de nós. E, como Irmãos, que possamos exalar para o nosso próximo e para o mundo através de nossa vida, o indiscutível aroma do perdão imerecido da Graça de Deus em Cristo Jesus.

Leia em sua Bíblia; Romanos 3.19-28

sábado, 25 de outubro de 2014

ROSA DE LUTERO

Por Pr. Leandro Born – Crissiumal - RS

24/10/2014

Aproxima-se o dia 31 de outubro. Lembramos da Reforma Luterana. Martinho Lutero não é nenhum ídolo da Igreja Luterana. Os próprios ensinos da Reforma não são novos. Antes, são as verdades eternas de Deus, como estão reveladas na Escritura Sagrada.

O emblema dos luteranos no mundo inteiro é a Rosa de Lutero. Você já viu e observou? Sabe o que ela quer ensinar? No artigo dessa semana, queremos ver a Rosa de Lutero e estudar seu rico ensino.

Segue:

Cruz Preta: está bem no centro do desenho, nos mostrando o centro do Cristianismo: Cristo vem ao encontro do ser humano pecador. Cristo na cruz mostrou Sua Obra e Seu Amor por todos nós.

Coração Vermelho: Cristo agiu na cruz em nosso favor. Nossa vida só tem e recebe um novo sentido, quando olhamos e cremos pelo que Cristo Jesus fez por mim e por você.

Rosa Branca: quando o Cristo Salvador tem lugar na nossa vida, isso significa que ocorre uma transformação que traz paz e alegria. Cristo fez tudo por nós, estamos livres, não somos mais escravos da Lei. Em Cristo temos uma maravilhosa liberdade.

Fundo Azul: Deus está conosco. Cristo é o Emanuel – Deus conosco. Nada nos falta. Azul também é esperança para o futuro, pois o azul lembra a eternidade. O cristão tem certeza da vida eterna, pois Cristo é o Redentor.

Anel Dourado: sabemos que o ouro é o metal mais precioso que existe. Por isso, esse anel dourado representa as mais preciosas dádivas que recebemos de Deus. Através da cruz, Deus nos proporciona perdão dos pecados, vida e salvação – o mais precioso que pode existir.

É com razão que o apóstolo Paulo afirma: “Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Foi Cristo quem nos deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus” (Romanos 5.1-2).

Estimado Leitor (a): lembre e olhe para a Rosa de Lutero não somente no Mês de Outubro, não somente quando nos aproximamos da Reforma Luterana. Mas olhe para ela e seu significado todos os dias. Lutero não teve o objetivo de querer “aparecer”, mas ele quer que Cristo e Sua cruz seja o que podemos ter de mais alto valor.

Texto: Pr. Leandro Born

Fonte: TopSul Notícias

2014 - CPT 19 - Reforma Parte 02

Capturar

Segundo programa CPT abordando o assunto da reforma.

Um pouco mais sobre a época em que ela ocorreu e o que levou Lutero a desencadeá-la.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

2014 - CPT 18 - Reforma Parte 01

CapturarVocê já parou para pensar em como era o mundo antes da Reforma Protestante? Para alguns pode não fazer diferença nenhuma, para outros, ela trouxe grandes mudanças para a vida em sociedade.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ebola Espiritual

imagesÉ impressionante o vestuário e as proteções usadas para evitar o contágio do vírus ebola. Visualizar um enfermeiro cuidando de pessoas contagiadas é semelhante a visualizar um astronauta.

Atualmente as pessoas parecem estar conscientes do perigo invisível de vírus e bactérias, porém conta-se que antigamente a maioria da população não acreditava na existência destes seres invisíveis a olho nu. Boa parte da descrença estava baseada no fato de que não podiam ver! A evolução dos microscópios e das diferentes tecnologias foi convencendo e conscientizando as pessoas.

A Bíblia fala em inimigos espirituais. Obviamente são invisíveis a olho nu. Porém, tal qual vírus e bactérias, provocam o mal e os sintomas são intensos e bem perceptíveis, tais como: “(...)inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões, etc. (Gl 5.20).”

A pergunta é: será que realmente acreditamos na existência de seres espirituais do mal, ou os ignoramos como faziam antigamente com os vírus e bactérias comuns?

A Bíblia é como um microscópio que nos ajuda a perceber e visualizar estes inimigos, porém a lente verdadeira é a fé. Por meio da fé temos “certeza de fatos que não se veem (Hb 11).”

Pior do que não acreditar na existência destes seres é saber de sua existência e agir como se não soubesse. É evidente que muitas pessoas estão arriscando a sua saúde espiritual, entrando em contato direto com todo o tipo de maldades. Já outros acabam vivendo num mundo recluso, cheios de medo e temor. Exatamente como acontece com as doenças em geral, onde alguns não se cuidam como deveriam, enquanto outros entram em paranoia e simplesmente não saem mais de casa.

Nem lá, nem cá! É certo que devemos cuidar de nossa saúde espiritual, mas não precisamos abandonar o mundo. Até porque nosso próprio coração é hospedeiro do pecado (Mt 5.18). Por isso, o cuidado verdadeiro que nos garante saúde e liberdade de ir e vir é a presença do Espírito Santo de Deus que purifica nosso ser. Ele nos faz repousar na segurança e na proteção de Jesus. O amor de Deus revelado em Jesus é mais forte do que a morte. “Nada pode nos separar do amor de Deus, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura. (Rm 8.38-39).”

Se o vestuário usado para evitar a contaminação do ebola impressiona, imagina o vestuário espiritual, pois este não é confeccionado por mãos humanas. “A minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça. (Is 61.10)”. Nesta proteção, sejamos enfermeiros espirituais, cuidando e amparando uns aos outros.

Pastor Ismar Pinz

Comunidade Luterana Cristo Redentor,

Três Vendas, Pelotas, RS.

22/10/2014

domingo, 12 de outubro de 2014

Mudanças

blogqsp.menor-infrator-copyRecebo um e-mail contando a história de um jovem infrator, com apenas 14 anos, preso por porte de arma de fogo. Um repórter se aproxima e lhe dá conselhos do tipo “sai dessa vida, rapaz” e “o crime não compensa”. O garoto levanta a cabeça e olha para o repórter. “Eu já cansei de ouvir isso”, diz ele. “Estou armado porque vendo droga. Eu trabalhava antes numa oficina, meu patrão me tratava bem, me pagava legal, eu tinha minhas coisas e também estudava. Até que denunciaram o dono da oficina: ele me demitiu e até hoje responde processo na justiça. Já que não posso trabalhar como gente, vou vender droga”.

Antes de qualquer coisa: o garoto está certo? Não, não está. Mas a situação levanta um questionamento: antes que mais jovens mudem para pior, alguma coisa precisa mudar. Uma mudança radical. Na política. Na família. Nos valores. Nas leis.

Não tenho a solução pronta nem uma cartilha de “passo a passo”. Mas tentar tem mais chance de dar certo do que a inércia, o marasmo, o continuísmo. É claro que mudanças incomodam; elas nos tiram da zona de conforto. É claro também que não se pode mudar por mudar – mas mudar para melhor.

Contudo, mudanças precisam acontecer. A começar dentro de nós mesmos: se fôssemos deixados exatamente como somos, não serviríamos para nada. A Bíblia diz que todos nós, sem exceção, desde a nossa concepção, somos maus. Nossa natureza é, em si mesma, corrupta, falida, depravada.

Mas quando Deus nos mostra o pecado que temos e cometemos e, então, nos apresenta a solução para o pecado, as coisas começam a mudar. Jesus passa a viver em nós, pela fé naquilo que Ele realizou por nós, ao morrer e ressuscitar.

Leia em sua Bíblia a carta do apóstolo Paulo aos gálatas. Ela ilustra bem as mudanças erradas e as mudanças certas. Os gálatas haviam sido ensinados no evangelho de Jesus. Mas estavam abandonando muito rapidamente esse evangelho e correndo atrás de outras ideologias. Uma grande tentação também nossa: correr atrás daquilo que queremos ouvir, e não daquilo que precisamos ouvir! A mudança de evangelho era uma mudança de morte.

Mas Deus, diz o apóstolo, promove outra mudança. Uma mudança para melhor. Uma mudança de vida. Ele transforma um perseguidor e assassino de cristãos em um pregador do evangelho, perseguido por causa da sua fé. Ele dá nova vida a um bandido. Ele faz com que alguém que vive nas trevas seja trazido para a luz.

Paulo lembra aos gálatas qual era a sua situação anterior: “Vocês ouviram qual foi o meu procedimento no judaísmo, como perseguia com violência a igreja de Deus, procurando destruí-la” (Gl 1.13). “Mas Deus me chamou por sua graça”, diz Paulo. Agora ele é outro.

Que mudanças esperamos ou almejamos?

O fato é: uma mudança radical, eficaz, para melhor, só pode vir se Jesus morar dentro de nós. É provável que não fiquemos mais ricos, menos doentes ou com menos problemas. Também não quer dizer que, a partir disso, sejamos perfeitos; mas com Jesus em nós os valores mudam, o jeito de encarar a vida muda, as prioridades mudam, nós mudamos.

Que Deus nos permita experimentar mudanças. Para melhor.

Pois elas não são apenas importantes. São fundamentais.

Julio Jandt

“A Festa de Babette - No Banquete com o Pai…”

babette (1)Salmo 23.5; “Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda”.

Isaías 25.6; “O SENHOR dos Exércitos dará neste monte a todos os povos um banquete de coisas gordurosas, uma festa com vinhos velhos, pratos gordurosos com tutanos e vinhos velhos bem clarificados”.

 

“A Festa de Babette”, acontece no início do sáculo XX numa pobre aldeia de pescadores no litoral da Dinamarca. Um local de ruas cheias de lama e com cabanas cobertas de palha. Ali, um velho pastor, já com barbas brancas, liderava um grupo de crentes de uma severa e assim chamada no filme “seita luterana”. (Na Dinamarca, 88% da população é Cristã, dos quais 87%, são Luteranos) Todos os domingos, o grupo se reunia e cantava hinos do tipo; “Estamos no mundo, mas dele não somos, aqui nós vivemos distantes do lar…”.

O velho pastor viúvo, tinha duas filhas adolescentes; Martine, chamada assim por causa de Martinho Lutero, e Philippa, por causa do discípulo de Lutero, Philip Melanchton.

Depois do falecimento do pai, as duas irmãs, agora solteironas de meia-idade, tentavam continuar com a missão, mas, sem a liderança do velho pai, a igrejinha foi se acabando; Um irmão tinha queixas de outro por causa de algum negócio mal feito... Haviam boatos de que havia um caso de traição conjugal envolvendo pessoas da comunidade... Duas senhoras ‘muito queridas’ já não se falavam há anos...

Aconteceu que, numa noite chuvosa, bate à porta das irmãs Martine e Philippa, uma mulher estrangeira em busca de refúgio. A mulher entregou a elas uma carta onde estava escrito que seu nome era Babette, e que ela havia perdido o marido e filho durante a guerra civil da França. Com a vida em perigo, tivera de fugir, e alguém lhe arranjara uma passagem em um navio com esperança de que a pequena aldeia lhe demonstrasse compaixão. No rodapé da carta estava escrito; “PS: Babette sabe cozinhar”.

Durante os doze anos seguintes Babette trabalhou para as irmãs em troca de abrigo e comida. Um dia Babette recebeu uma carta onde um amigo lhe dizia que, durante todos estes anos, ele renovava o número de Babette na loteria francesa, e que, naquele ano, o bilhete de Babette fora premiado, e ela ganhara 10.000,00 francos. Uma pequena fortuna na época (Aprox. R$700.000,00).

Justamente naqueles dias as irmãs estavam pensando em preparar uma celebração em homenagem ao centenário do nascimento de seu pai. Por isso, Babette lhes fez um pedido; “Gostaria de preparar uma refeição para o culto de aniversário. Quero cozinhar a melhor refeição francesa para todos”.

Martine e Philippa, num primeiro momento, temendo ferir alguma lei divina ao aceitar um jantar francês, demonstram receio e insegurança. Elas tiveram que explicar a embaraçosa situação aos poucos membros da igrejinha que, por fim, concordaram.

Nevava no dia 15 de dezembro, o dia do jantar, o que deixava a paisagem com um charme todo especial. As irmãs ficaram satisfeitíssimas ao saber que um hóspede inesperado aparecera naquela noite e o convidaram a se juntar a elas no jantar. Era um oficial de cavalaria dinamarquesa que agora era general no palácio do rei.

babetteBabette havia conseguido louças e cristais, e havia enfeitado o recinto com velas e todos os ornamentos possíveis. A mesa estava linda. Quando o banquete começou todos os pobres habitantes da aldeia ficaram mudos, como quem vê algo nunca antes sonhado… algo totalmente novo e delicioso... Um Banquete repleto das melhores comidas e dos melhores vinhos e champagnes que aqueles humildes pescadores jamais haviam provado. Apenas o general elogiou a comida e a bebida; “É o mais fino Banquete que já provei” ele disse.

Embora ninguém mais falasse a respeito da comida ou da bebida, gradualmente o banquete operou um efeito mágico sobre os habitantes da aldeia. O sangue esquentou. As línguas se soltaram e eles começaram a lembrar dos velhos tempos quando o pastor ainda estava vivo…

Aquele Banquete era especial demais... Até o irmão que havia enganado o outro nos negócios ali, naquele momento, finalmente confessou e foi perdoado... A história de traição foi finalmente esclarecia e todos se desculparam... As duas mulheres que tinham uma rixa de dez anos voltaram a conversar como se nada tivesse acontecido entre elas... Até mesmo quando uma mulher, sem querer, arrotou, o irmão ao seu lado disse, bem-humorado; “Aleluia!”, coisa que nunca acontecera antes...

O fino general, por sua vez, não conseguia falar de nada além de elogiar a comida. Quando o ajudante da cozinha trouxe o “coup de grâce” e codornizes preparadas num finíssimo molho, o general exclamou que havia visto tal prato apenas em um lugar na Europa, no famoso Café Anglais em Paris. E comentou; “O Café Anglais já foi célebre por ter uma mulher como chefe-de-cozinha”.

Feliz, cheio de vinho, o apetite satisfeito, incapaz de se conter, o general levantou-se para fazer um discurso. Ele disse; “A misericórdia e a verdade, meus amigos, se encontraram aqui…”. Então o general fez uma pausa, pois ele tinha o hábito de fazer os seus discursos com cuidado, consciente do seu propósito, mas aqui, no meio da pequena e ortodoxa congregação do velho pastor, foi como se toda a figura do General, com seu peito coberto de condecorações, fosse porta-voz de uma mensagem que precisava ser transmitida àquele povo; “Todos nós fomos informados de que a graça deve ser buscada no céu. Mas em nossa loucura humana e nossa visão reduzida imaginamos que a graça divina seja finita e limitada ao futuro... Que está lá longe… Porém, chega o momento em que nossos olhos são abertos, nosso coração é aquecido… Só aí vemos e entendemos que a graça é infinita e ilimitada... Ela já está aqui, pois o reino de Deus está entre vocês…”. Finalizando, o general acrescentou; “A graça, meus amigos, não exige nada de nós a não ser que a aguardemos com confiança e a reconheçamos com gratidão…”

No discurso do general, a autora da trama, Isak Dinesen, não deixa dúvidas de que escreveu “A Festa de Babette” não apenas como uma história a respeito de uma excelente refeição, mas como uma Parábola da graça de Deus - Como a parábola do Banquete de Jesus; um presente que custa tudo para o doador e não custa nada para quem o recebe…

Assim, como algo mágico e maravilhoso, aquelas pessoas puderam sentir ‘uma pitadinha do céu’ da forma como o reino de Deus foi contado pelo Poeta no salmo 23, por Isaías e pelo próprio Cristo; Como um Grande Banquete com as melhores delícias cujo valor ignoramos…

O Filme “A Festa de Babette” termina com duas cenas;

- Numa delas, lá fora, os pobres e velhos pescadores dão as mãos ao redor da fonte de água e cantam entusiasmados os velhos hinos de seus hinários luteranos. É uma cena de absoluta comunhão… A Graça de Deus entrou naqueles corações... Eles sentiram como se realmente tivessem os seus pecados lavados e tornados brancos como a lã, e nessas vestes inocentes, as vestes do cordeiro que agora vestiam, faziam brincadeiras como cordeirinhos travessos pelos campos verdejantes e águas tranquilas descritas no Salmo 23. Tudo isso firmava neles a certeza de que; “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre” (Sl 23.6).

- A ultima cena do filme acontece lá dentro, na bagunça de uma cozinha cheia até o teto de louças para lavar, panelas engorduradas, conchas, ossos cartilaginosos, engradados quebrados, cascas de vegetais e garrafas vazias… Babette senta-se no meio da bagunça, parecendo tão desgastada quanto na noite em que chegara à aldeia, doze anos antes.

“- Foi um jantar e tanto!” – diz Martine.

Babette parece distante. Depois de um minuto ela responde;

“- Eu era a cozinheira que tornou famoso o Café Anglais do qual o general falou”.

“- Todos nós lembraremos desta noite depois que você tiver voltado para Paris!” - Martine acrescenta, como se não a tivesse ouvido.

Babette então lhes diz que não vai voltar para Paris… Praticamente todos os seus amigos e parentes ali foram mortos ou feitos prisioneiros. E, naturalmente, seria muito cara uma viagem de volta para Paris.

“- Mas e os dez mil francos?” - as irmãs perguntam.

Então Babette revela; Havia gasto tudo, cada centavo de franco que ganhara, na comida que haviam acabado de devorar.

“- Não se assustem…” - ela diz - É isso que custa um jantar adequado no Café Anglais”.

Doze anos antes daquela Festa, Babette aparecera entre aquelas pessoas que conheciam a graça apenas na teoria. Eram discípulas de Lutero, que ouviam sermões a respeito da infinita graça de Deus em Jesus Cristo quase todos os domingos, mas que, no restante da semana, tentavam obter o favor de Deus com a sua própria piedade e esforço… Mas a graça de Deus veio a elas na forma de um Banquete – “A festa de Babette”. Ela gastou tudo o que tinha de uma vida inteira a fim de proporcionar alegria àqueles que nem a haviam merecido, que mal possuíam a capacidade de recebê-la ou reconhecer o valor. Pobres, desdentados e maltrapilhos das beiras das estradas.

No entanto, para Deus essas pessoas são dignas, pois aceitaram o convite e, como escreve João; “… Estas são as pessoas que lavaram as suas roupas no sangue do Cordeiro, e elas ficaram brancas. …” (Ap 7.14).

A graça de Deus foi demonstrada e veio àquelas pessoas da pequena aldeia dinamarquesa como sempre vem e virá para a Eternidade; Livre de pagamento, sem cordas amarradas… O mais fino prato (de um famoso restaurante francês) como ‘Cortesia da casa’. Essa graça é para você também. Deus te convida; “Vinde, pois tudo está preparado!”. Assim, sem merecimento próprio, nós já fazemos parte do divino Banquete... Se não estivermos ocupados demais...

(Adapt. “A Festa de Babette” em; Maravilhosa graça de Philiph Yancey)

festa de babette(O filme “A festa de Babette”, de 1987, ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1988)

 

 

 

 

 

 

Assista o filme;

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

AS CRIANÇAS E DEUS

DEUS-SEMPRE-PROTEGE-AS-CRIANCAS      O conhecimento ou a compreensão que os pais tiverem sobre Deus, os filhos também terão. Será que vale a pena deixar as crianças longe de Deus? Partimos do princípio de que os pais cristãos, conhecedores de Deus e de sua Palavra, ensinarão aos seus filhos sobre o amor de Deus. Este amor é revelado em Cristo Jesus. Deus quer que as pessoas vivam em união e que busquem o bem umas das outras.

      As crianças que aprendem sobre o amor de Deus, também aprendem sobre o respeito e o amor ao semelhante. É exatamente aí que reside um dos grandes problemas da humanidade. Tudo poderia ser muito diferente se Deus fosse uma realidade viva e presente na vida das pessoas. As crianças seriam as maiores beneficiadas, principalmente, ao entrarem na vida adulta.

      Não se preocupar com as crianças hoje será preocupação em dobro amanhã. Filosofias de vida existem aos milhares. Conhecimento, de alguma forma, todos podem ter. Mas, transformar em atitudes o que se aprendeu de bom é cada vez mais difícil. Neste sentido os pais têm uma participação fundamental. Os filhos, vendo as atitudes dos pais, irão fazer o mesmo quando forem adultos.

      Jesus, em certa ocasião, disse aos seus alunos (discípulos) que repreendiam as pessoas que traziam crianças até Ele: “Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso.” (Mc 10.13-14). Não levar as crianças até o Salvador Jesus é o mesmo que negar a elas a possibilidade da verdadeira e eterna vida. Elas são muito espertas, ativas e aprendem com muita facilidade. Nossos filhos precisam ter uma relação mais íntima e real com Deus, nosso Criador. Vale a pena semear no coração das crianças a Palavra de Deus.

Pastor Fernando Emílio Graffunder

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Votar é um dom divino

direito-votar-Brasil“Não existe nenhuma autoridade sem a permissão de Deus”, escreve o apóstolo Paulo na carta aos romanos. Diz isto sob a impiedosa ditadura do Império Romano. Se hoje podemos escolher nossos governantes e legisladores num regime democrático, certamente estamos mais próximos à vontade daquele que “é Rei e governa todas as nações” (Salmo 22.28). A Bíblia fala dos deveres e direitos das autoridades políticas, condena injustiças, opressão e tirania, sem defender um sistema de governo – monarquia, democracia ou outra configuração. No entanto, a democracia tem um jeito parecido com maneira de Deus governar, ao dar liberdade de escolhas com responsabilidades e consequências.

Na compreensão deste princípio, de que a instituição do poder político vem de Deus – num mundo que precisa de gente que manda e de gente que obedece – percebe-se o significado das urnas: votar é um dom divino. Por tabela, Deus escolhe pessoas por nossas mãos. Se os governos não cumprem o seu dever, isto fica na conta deles e um dia terão que prestar satisfação ao Criador. Assim, longe de nós o uso indevido do poder das urnas. Também nosso compromisso na política não fica apenas na hora do voto. Afinal, somente um país bem governado oferece condições ao grande propósito divino, “que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade” (1 Timóteo 2.4). A injustiça, a fome, a guerra, a ignorância, a desobediência, a imoralidade, a violência, enfim, o caos numa sociedade, além de desagradar o Criador, dificulta a sublime tarefa de “preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo” (Efésios 4.12).  Não por nada que o apóstolo recomenda: “Orem pelos reis e por todos os que têm autoridade, para que possamos viver uma vida calma e pacífica, com todo o respeito a Deus e agindo corretamente” (1 Timóteo 2.2). Neste momento, a recomendação é outra: “Orem pelos eleitores para que possam escolher bons governantes”.

Marcos Schmidt - pastor luterano

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

4 de outubro de 2014

Somente pela Graça

Sola-Gratia

Viajando de ônibus, sem querer, ouvi uma conversa entre uma jovem que lia um livro qualquer, e o homem ao seu lado;

- O que você está lendo? – Ele perguntou.

- Um livro que uma amiga me deu.

- É mesmo? Do que se trata?

- Não tenho certeza. Uma espécie de guia para a vida. Ainda não li muita coisa...

Ela começou a folhear o livro;

- Aqui estão os capítulos do livro; Disciplina, Amor, Graça...

- Graça? O que é Graça? – perguntou o homem demonstrando interesse.

- Não sei. – disse ela - Ainda não cheguei lá!

* * *

Penso na ultima resposta dessa jovem quando observo o comportamento das pessoas mundo afora. Há tanto ódio, tanta opressão, violência, desmembramento de famílias, casas invadidas por criminosos... Chego à conclusão que há ausência de Graça entre as pessoas.

Mas o que é Graça? E a resposta de um mundo em colapso e sem amor parecer ser sempre a mesma; Não sei! Ainda não chegamos lá!

* * *

PROJECT_16_640X360O artista alemão Gregor Schneider criou uma instalação em forma de prisão na praia de Bondi, em Sydney, Austrália. As pessoas que visitam a praia são convidadas a tomar sol dentro das celas. No Começo nós não vimos uma diferença muito grande, mas depois, quando fechamos a porta da cela, começamos a sentir um pânico, uma sensação de medo e claustrofobia disse uma turista que passou pela notável experiência.

Sobre o motivo que o levou a fazer as celas, Gregor cita um ataque criminoso àquela praia Australiana. E ele comenta; “Não Dá pra acreditar que tal coisa aconteça num lugar tão bonito...”. (BBC Brasil em 22 de outubro de 2007)

Sou forçado a concordar com este artista. Acho que ele acertou em cheio. “Não dá pra acreditar que tais coisas aconteçam num lugar tão bonito...” em um mundo tão bonito criado por um Deus que quer a felicidade de seus filhos. Não dá pra acreditar que na Praia da Graça de Deus, o que predomina sejam as celas da Lei.

A verdade é que, como seres humanos, vivemos enclausurados e rodeados pelo pecado que nos ronda a toda hora num mundo que não dá espaço para a Graça. E, o pior de tudo é que, “...Quando fechamos a porta da cela que nos enclausura, começamos a sentir um pânico, uma sensação de medo e claustrofobia”. É a opressão da Lei presente também, infelizmente, em muitas igrejas ao longo dos anos, apesar da reforma.

Martinho Lutero sentiu na pele o ‘enclausuramento’ nas cadeias da Lei pregada pela Igreja de sua época. Ele se viu preso nas mãos de um Deus que só o deixava cada vez mais desesperado por causa da sua indignidade diante desse Deus. Pressionado pelo medo e pelo desespero diante da evidente miséria e morte, o povo era pressionado pela igreja a pagar altos sacrifícios pelo seu erro sob pena de passar a eternidade no Inferno.

Com o passar dos tempos e pressionado pelas suas próprias culpas a buscar compreender este Deus tão irado, Martinho Lutero viu e pôde compreender a graça de Deus pela primeira vez quando a sua ficha caiu ao ler, entre outros, os textos de Romanos 6.14; “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da Graça”; e também Romanos 3.24; “... (somos) justificados gratuitamente, por sua Graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Foi como se ele, agora descobrisse, que durante toda a sua vida estivera com os olhos vendados, e preso em uma cela chamada Lei, e que, ao redor dele havia uma imensa e belíssima praia. A praia da Graça de Deus que justifica gratuitamente por meio da redenção que há em Cristo Jesus.

Meus amigos, é essa a sensação que sente uma pessoa que a vida inteira viveu sobre a opressão da Lei. Uma Lei que condena, ameaça, castiga e joga o pecador fora da presença de Deus “pois não há justo nenhum sequer” (Rm 3.10). Nessa cadeia, o pânico, a sensação de medo e a claustrofobia dominavam “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Mas quando a venda é tirada dos olhos e quando a porta da cela é aberta, aí há a Graça de Deus. Aí há o Perdão Incondicional de Deus. É o que diz o evangelho de João Capítulo 1 versículo 17; “Porque a Lei foi dada por intermédio de Moisés; (mas) a Graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”.

A Graça é o que Jesus veio trazer. Ela é o maior e melhor presente de Deus ao ser humano. A Graça é o perdão de absolutamente todos os pecados ao pecador que, arrependido se confessa culpado, e apela para a Misericórdia do Pai.

A seguinte ilustração, parafraseada de uma Parábola de Jesus, pode nos ajudar a entender um pouco essa Graça do Perdão Incondicional;

“Taís, uma filha de 15 anos, rebelada com seus Pais, foge de casa com o namorado... Muda de cidade... Lá, após ser largada a própria sorte, agora grávida, cai na prostituição e nas drogas da pior maneira possível... Anos se passam e aquela jovem sequer liga para seus pais, sente-se envergonhada do que fez. Ela jamais pensa em retornar, pois certamente seria severamente castigada pelos seus pais... Quando o desespero toma conta, ela decide mandar um recado para seus pais que diz o seguinte; “Pai, Mãe. Estou aqui numa cidade sem ter onde ficar. Estou com uma filhinha de 2 aninhos, mas não sei como cuidar dela, nem tenho alguém pra ficar comigo... Não consigo sustentar o meu vício e uma doença terrível me deixou muito vulnerável a muitas doenças... No Domingo pela manhã pegarei um ônibus que passa pela cidade onde vocês moram. Se alguém ainda quiser me ver, esteja na Rodoviária às 10:00. Se não, continuarei a viagem até o fim da linha... e ninguém sabe o que me aguarda lá. Aquela jovem, enquanto viajava, não conseguia pensar em nada a não ser na lavagem moral que receberia de seus pais, isso se eles ainda quisessem vê-la... Desesperava-se e as lágrimas lhe corriam o rosto ao lembrar de sua infância, quando, naquela época do ano, corria entre as arvores do pomar de seu pai, carregadas de frutas... Jamais me receberão de volta, pensava. No entanto, ao chegar à Rodoviária, o que aquela jovem vê é um grande número de pessoas reunidas. Balões por toda a parte. Seus irmãos, suas tias, avós e ex-amigos... No momento em que ele pisa no chão da Rodoviária, no meio daquela multidão em festa um grande cartaz é aberto com o letreiro; Seja Bem Vinda de volta Taís! Surge então do meio da multidão Pai e a Mãe com os braços abertos e o que se segue é indescritível... Um rio de lágrimas... e de Graça... Aquele era o maior presente que ela já recebera em toda a sua vida. Algo inimaginável e absolutamente inexplicável...“

Amigos! Isso é Graça. É um Deus, chamado de Pai, que vem ao encontro do pecador e diz; “O teu pecado está perdoado, porque a Graça e a verdade vieram por meio de Cristo”. Parece bom demais pra ser verdade? Então experimente aplicar a Graça na vida de sua família... Na Comunidade Cristã que você frequenta... Com o tempo você irá perceber que só o perdão é capaz de dar um basta em todo ciclo de ausência de Graça. Só o Perdão que não leva em conta o pecado, por maior que seja, é capaz de exercer uma força positiva muito maior do que a vingança. Muito maior do que a indiferença. Mais forte do que o racismo ou o ódio... Muito maior do que cadeias que aprisionam... A Graça quando está presente, e somente ela, tem o poder de arrancar as algemas e dar a visão e a verdadeira liberdade da Praia...

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No dia 31 de outubro lembramos os 497 anos da Reforma Luterana. A reafirmação de que; não estamos mais debaixo da lei, e sim da Graça...” (Rm 6.14), pois “A Graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17) e, por isso “...(somos) justificados gratuitamente, por sua Graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Assim, como cristãos, não andemos mais como cegos encarcerados na praia, pois temos a Graça de Deus, que é seu perdão incondicional em favor de nós. E, como Irmãos, que possamos exalar para o nosso próximo e para o mundo através de nossa vida, o indiscutível aroma do perdão imerecido da Graça de Deus em Cristo Jesus.