sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cicatrizes

00A vida nos deixa com cicatrizes. Alguns mais, outros menos.

Mas a história de Victoria Wilcher, de apenas 3 anos, é triste. Ela supostamente teria sido “convidada” a se retirar de uma loja de fast food, nos Estados Unidos, porque sua aparência estava assustando os clientes.

Victoria possui várias cicatrizes no rosto e não tem o olho direito. Ela foi vítima de um ataque de três cães da raça pit bull em abril. A rede de fast food abriu investigações e resolveu doar 30 mil dólares para ajudar na recuperação de Victoria.

Você já se assustou com as cicatrizes de alguém?

Antes, porém, responda: quais são as suas cicatrizes? Sim, porque você as tem. Eu também tenho. Na mão direita. Não menor que 10cm. Fora aquelas que ninguém vê.

Mas não me envergonho delas. Porque, no fundo, como disse o escritor Caio Fernando Abreu: “Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi”. O meu passado foi real, as lutas existiram, a ferida também. Mas Deus me trouxe até aqui. E cá Ele está comigo.

Isso me faz lembrar a história do menino atacado por um jacaré. Ele tinha ido nadar num lago atrás de sua casa. Na pressa de mergulhar na água fresca, foi correndo, deixando para trás os sapatos, as meias e a camisa. Porém, ao cair na água, não percebeu que um jacaré estava deixando a margem do lago e indo em sua direção.

Sua mãe, em casa, olhava pela janela enquanto os dois estavam cada vez mais perto um do outro. Apavorada, a mulher correu para o lago, gritando para o filho o mais alto que conseguia: “Filho! Filho! Cuidado! Volte! Saia da água! Rápido!”

Ao ouvir a voz da mãe, o menino se assustou e começou a nadar na direção dela. Mas já era tarde. Assim que o menino chegou perto da mãe, o jacaré também o alcançou. A mãe agarrou o filho pelos braços enquanto o jacaré o abocanhou pelos pés. O animal era muito mais forte do que a mulher, mas o amor pelo filho lhe dava forças para não deixá-lo ser levado por aquele bicho perigoso. O desespero de mãe e filho parecia não ter fim, até que um fazendeiro, que passava por perto, ouviu os gritos, pegou uma arma e matou o jacaré.

Após semanas no hospital, como um milagre, o pequeno menino sobreviveu. Seus pés ficaram completamente machucados pelo ataque do animal, e, em seus braços, continuavam também as marcas profundas, onde as unhas da mãe estiveram cravadas enquanto lutava para salvar o filho amado.

Um repórter que entrevistou o menino após o trauma, perguntou se ele podia mostrar suas cicatrizes. A criança, inocentemente, mostrou seus pés. O repórter ficou chocado com o que viu. Porém, o menino falou orgulhoso: “Mas olhe em meus braços! Eu tenho também grandes cicatrizes nos meus braços porque minha mãe não deixou o jacaré me levar”.

Se você tem cicatrizes - da vida, no corpo, na alma -, lembre-se: Deus não deixou você ir.

Queira Deus que a Victoria possa ter seu rosto restabelecido da melhor forma possível.

E quando você encontrar alguém parecido com ela, não se envergonhe das cicatrizes, nem repugne, muito menos julgue.

Você tem as suas. Eu tenho as minhas. E mesmo assim Deus segue conosco.

Tudo isso porque Jesus tem as cicatrizes do amor nas mãos e nos pés. Cicatrizes sem culpa, fruto do Amor, marcas da vitória. Cicatrizes que concedem perdão e salvação. Cicatrizes que fazem a nossa vida valer a pena.

0 comentários:

Postar um comentário