domingo, 12 de outubro de 2014

Mudanças

blogqsp.menor-infrator-copyRecebo um e-mail contando a história de um jovem infrator, com apenas 14 anos, preso por porte de arma de fogo. Um repórter se aproxima e lhe dá conselhos do tipo “sai dessa vida, rapaz” e “o crime não compensa”. O garoto levanta a cabeça e olha para o repórter. “Eu já cansei de ouvir isso”, diz ele. “Estou armado porque vendo droga. Eu trabalhava antes numa oficina, meu patrão me tratava bem, me pagava legal, eu tinha minhas coisas e também estudava. Até que denunciaram o dono da oficina: ele me demitiu e até hoje responde processo na justiça. Já que não posso trabalhar como gente, vou vender droga”.

Antes de qualquer coisa: o garoto está certo? Não, não está. Mas a situação levanta um questionamento: antes que mais jovens mudem para pior, alguma coisa precisa mudar. Uma mudança radical. Na política. Na família. Nos valores. Nas leis.

Não tenho a solução pronta nem uma cartilha de “passo a passo”. Mas tentar tem mais chance de dar certo do que a inércia, o marasmo, o continuísmo. É claro que mudanças incomodam; elas nos tiram da zona de conforto. É claro também que não se pode mudar por mudar – mas mudar para melhor.

Contudo, mudanças precisam acontecer. A começar dentro de nós mesmos: se fôssemos deixados exatamente como somos, não serviríamos para nada. A Bíblia diz que todos nós, sem exceção, desde a nossa concepção, somos maus. Nossa natureza é, em si mesma, corrupta, falida, depravada.

Mas quando Deus nos mostra o pecado que temos e cometemos e, então, nos apresenta a solução para o pecado, as coisas começam a mudar. Jesus passa a viver em nós, pela fé naquilo que Ele realizou por nós, ao morrer e ressuscitar.

Leia em sua Bíblia a carta do apóstolo Paulo aos gálatas. Ela ilustra bem as mudanças erradas e as mudanças certas. Os gálatas haviam sido ensinados no evangelho de Jesus. Mas estavam abandonando muito rapidamente esse evangelho e correndo atrás de outras ideologias. Uma grande tentação também nossa: correr atrás daquilo que queremos ouvir, e não daquilo que precisamos ouvir! A mudança de evangelho era uma mudança de morte.

Mas Deus, diz o apóstolo, promove outra mudança. Uma mudança para melhor. Uma mudança de vida. Ele transforma um perseguidor e assassino de cristãos em um pregador do evangelho, perseguido por causa da sua fé. Ele dá nova vida a um bandido. Ele faz com que alguém que vive nas trevas seja trazido para a luz.

Paulo lembra aos gálatas qual era a sua situação anterior: “Vocês ouviram qual foi o meu procedimento no judaísmo, como perseguia com violência a igreja de Deus, procurando destruí-la” (Gl 1.13). “Mas Deus me chamou por sua graça”, diz Paulo. Agora ele é outro.

Que mudanças esperamos ou almejamos?

O fato é: uma mudança radical, eficaz, para melhor, só pode vir se Jesus morar dentro de nós. É provável que não fiquemos mais ricos, menos doentes ou com menos problemas. Também não quer dizer que, a partir disso, sejamos perfeitos; mas com Jesus em nós os valores mudam, o jeito de encarar a vida muda, as prioridades mudam, nós mudamos.

Que Deus nos permita experimentar mudanças. Para melhor.

Pois elas não são apenas importantes. São fundamentais.

Julio Jandt

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