sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Natal dos estrangeiros

reis-magosNunca houve tantos refugiados e imigrantes no planeta, gente que foge de seus países de origem, que busca proteção das guerras, perseguições, pobreza, fome, catástrofes e de outras situações de dor. Aproximadamente 175 milhões. Este número assustador tende a crescer e complicar ainda mais a situação nas fronteiras e na vida das grandes cidades. E o Brasil tornou-se porta de salvação a milhares destes sobreviventes: sírios, colombianos, angolanos, congoleses, senegaleses, haitianos e outros. Algumas entidades governamentais, civis e religiosas amenizam o sofrimento desta gente que ainda precisa enfrentar preconceito, indiferença e injustiças, mas a realidade é preocupante - aos menos para aqueles que se importam com a desgraça alheia.

Se o primeiro Natal fosse hoje, o casal do Presépio poderia ser haitiano procurando lugar para passar a noite e a criança divina nascendo sob uma marquise de uma rua cheia de gente ausente, preocupada com as compras e o limite do cartão de crédito. E a estrebaria da indiferença com o infortúnio dos outros provocando tristeza daquele que disse: “Pois eu estava com fome e vocês não me deram comida; estava com sede e não me deram água; era estrangeiro e não me receberam na sua casa” (Mateus 25.42,43). Não é por nada que a Bíblia tanto defende a vida dos que estão longe de casa: Não maltratem os estrangeiros que vivem na terra de vocês (Levíticos 19.33); Deus ama os estrangeiros que vivem entre nós e lhes dá comida e roupa.  Amem esses estrangeiros, pois vocês foram estrangeiros no Egito (Deuteronômio 10.18,19); Maldito seja aquele que não respeitar os direitos dos estrangeiros (Deuteronômio 27.19); O SENHOR protege os estrangeiros que moram em nossa terra (Salmo 146.9); Repartam com os irmãos necessitados o que vocês têm e recebam os estrangeiros nas suas casas (Romanos 12.13). E porque devemos ajudar esta gente? A própria Bíblia responde: Lembrem que vocês são estrangeiros de passagem por este mundo (1 Pedro 2.11).

Marcos Schmidt

Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Novo Hamburgo, 6 de dezembro de 2014

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