segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

carnaval!

bombeiros-orientam-folioes-no-carnaval-2009-55047-11Aprendi que “carnaval” se escreve com “c” minúsculo enquanto que “Páscoa”, por exemplo, escreve-se com “P” maiúsculo. A regra é bem simples: as festas de origem cristã escrevem-se com letra maiúscula e as festas de origem pagã com letra minúscula. Portanto, carnaval, até nos princípios ortográficos, é uma festa pagã.

Uma festa pagã? Sim, na sua origem um tanto obscura. É uma festa ligada com os ritos primitivos da fertilidade e com as orgias romanas dedicadas ao deus Baco (o deus do vinho e da fertilidade).

Mas, por que logo depois do carnaval vem a Quarta-feira de Cinzas? É que, a partir do momento em que a Igreja se tornou oficial no Império Romano, ela passou a ditar regras e, uma delas, era a obrigatoriedade do jejum (como sinal de penitência) no período da Quaresma. A reação do povo foi aproveitar tudo o que tinha direito antes que começasse este período de privações e sofrimento. Assim, o carnaval se desenvolveu até chegar naquilo que hoje se vê. E o Brasil virou o país do carnaval.

Quem sabe dá para destacar coisas boas do carnaval: o feriadão, (para muitos é o único tempo que podem sair para dar uma descançada); as escolas de samba (que, com sua infra-estrutura, geram muitos empregos e tiram muitas pessoas da miséria); os desfiles alegóricos (desenvolvem o folclore e a cultura de nossas origens). Mas o carnaval não tem apenas uma origem pagã: ele tem um espírito pagão que, em última análise, é sua força motora. São dias de orgia, dos prazeres da carne, da liberação de princípios, da distribuição gratuita de milhões de camisinhas para a promiscuidade sexual, das atitudes sem prestação de contas a ninguém, da adoração a deuses pagãos. Enfim, do jeito que o diabo gosta.

Como cristãos, qual a atitude que precisamos tomar frente ao carnaval? Cristianizar a festa pagã ou paganizar o comportamento cristão? Neste caso eu penso que há uma terceira via. E esta vai direto ao nosso coração. Jesus, que nos conhece muito bem, afirmou: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos...”(Mt 15.19). Ele, por nos conhecer tão bem, “nos amou e se entregou a si mesmo por nós” (Ef 5.2), dando-nos vida e condições para que o nosso coração se inclinasse a novos projetos de vida, que combate o mal e o pecado e, em lugar deles, prova o que “é agradável ao Senhor” (Ef 5.10). Isto implica em sermos muito criteriosos em nossas atitudes. O apóstolo Paulo, na carta aos Efésios 5, dá algumas dicas: 1) Não digamos “me engana que eu gosto”, pois “o castigo de Deus vem sobre os que lhe desobedecem”(v.6); 2) não entremos inocentemente na onda do “todo mundo faz” para não sermos “cúmplices nas obras infrutíferas das trevas” ( v.11), pois, como disse Lutero “não erra menos quem erra com muitos”; 3) mas procuremos “compreender qual a vontade do Senhor” (v.17).

Para isso, em vez de a gente se encher da “boa”, da “nova” , da “que desce redondinho”, ou algum de “destilado”, cujo efeito é mais rápido..., que podem nos levar à “desgraça” e provocar mais acidentes ainda, o apóstolo nos aconselha a “nos animarmos uns aos outros com salmos, hinos e canções espirituais, agradecendo sempre todas as coisas a Deus, o Pai( v. 19).

                                   Edgar Lemke – Pastor da IELB

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