sábado, 21 de fevereiro de 2015

O pai da mentira

mentiraSatanás existe ou é invenção? Faço a pergunta porque ele é personagem na tentação de Jesus, conforme uma das leituras bíblicas neste primeiro Domingo da Quaresma. No referido texto e em muitos outros da Bíblia, é figura real e não uma representação do mal. Os nomes bíblicos que carrega indicam sua legítima existência: Satanás (adversário); Diabo (acusador), tentador; pai da mentira; maligno; príncipe do mundo; deus deste século. A grande confusão é que sempre se ofereceu ao Diabo um poder que ele não tem e se tirou dele um poder que ele tem. Quem ganha neste conflito é o próprio pai da mentira. Uma boa leitura das três tentações sofridas por Jesus (Mateus 4.1-11), no entanto, indicam as táticas diabólicas nas provações que todos enfrentamos. Se nas duas primeiras há um contraste de estratégia (provocar falta de confiança e excesso de confiança em Deus), na última, Satanás deixa de lado a sutileza e mostra o que realmente pretende: "Eu lhe darei tudo se me adorares". Dar a Jesus o que já lhe pertence? Sem dúvida, a maior de todas as falcatruas.

Jesus venceu Satanás no deserto e na cruz. Jesus é Deus. E assim cumpriu a profecia ao “esmagar a cabeça da serpente” (Gênesis 3.15). Mas, a enorme capacidade do anjo maligno está descrita na parábola do Semeador: “O Diabo chega e tira a mensagem do coração delas para que não creiam e não sejam salvas” (Lucas 8.12). Qual a mensagem que o Diabo tira? É aquela que Jesus mesmo anunciou: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Por isto, “diabo”- acusador, pois nos denuncia de algo que já não existe. “Se alguém pecar”, diz a Bíblia, “temos Jesus Cristo, que faz o que é correto. Ele nos defende diante do Pai” (1 João 2.1). Neste mundo onde somos roubados de tantas coisas, sem dúvida, o maior prejuízo é perder aquilo nos foi dado de graça através da vida, morte e ressurreição de Jesus.

Marcos Schmidt

Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Novo Hamburgo, 21 de fevereiro de 2015

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