sexta-feira, 9 de agosto de 2013

AMOR ATÉ O FIM

Nova Imagem (1)Incrível e escandalosamente comovedor o depoimento que vem de Santa Cruz, RS: “É a vida do meu filho que está em risco. Vou lutar até o fim. Não vou desistir. Não é porque somos pobres e não temos condições financeiras, que vamos desistir do nosso filho”. O filho desse homem nascera com uma doença rara no coração, e precisava ser internado em uma UTI neonatal especializada em cardiologia em Porto Alegre. “Vou até o fim”, disse ele. (Link da Notícia)

Até onde você iria pelo seu filho, sua esposa, seu pai ou sua mãe? Iria até o fim?

Eu imagino [e espero] que sim.

Mas até onde nós iríamos... por um inimigo? Por um ladrão, um sequestrador, um estuprador? Até onde iríamos por alguém que está em dívida conosco, alguém não confiável e que não honra acordos? Até onde iríamos por gente egoísta, insolente e que, mesmo estando no fundo do poço, não perde a pose de ainda se achar o último biscoito do pacote? Vamos ser realistas: não iríamos até o fim. Ou melhor, não iríamos nem o começo.

Por isso, é ainda muito mais incrível e escandalosamente comovedor o depoimento que lemos no Evangelho de João: “Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”(13.1).

Forte isso: “Jesus amou-os até o fim”. Você consegue perceber a dimensão desse “até o fim”?

Tal amor era uma doação, e não apenas um sentimento verbalizado, como aquele das novelas e filmes. O capítulo 13 mostra um Jesus servo e humilde, lavando os pés dos seus discípulos – mostrando que o seu amor é diametralmente oposto à tão aclamada lógica humana.

Jesus amou aqueles discípulos até o fim, até o último instante, procurando ensiná-los e consolá-los daquilo que haveria de acontecer. Por mais cruel que pudesse parecer e realmente fosse, “era necessário” – dizia Ele. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (João 15.13).

E assim Jesus os amava e os preparava não somente para a realidade da sua morte, como também para a alegria da sua ressurreição. Ele ainda enviou-os, não sem antes prometer-lhes: “Eu estarei sempre com vocês” (Mateus 28.20). Eles não deveriam ter dúvidas do amor do Mestre em suas andanças para anunciar o Seu nome para o mundo todo.

Um mundo, aliás, que não foi menos amado que os amigos de Jesus: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Daria para substituir a palavra “mundo” pelo nome do ladrão arrependido que morreu ao lado do Salvador. Ou ainda daquela mulher adúltera que ia ser apedrejada. Ou dos cobradores de impostos que, largando sua corrupção, devotavam-se ao Mestre. Bem poderia ser o nome daquela “pecadora” que ungiu os pés do Senhor na casa do fariseu Simão.

Mas também dá certo substituir a palavra “mundo” pelo seu nome, estimado leitor.

Tudo isso significa que em Jesus temos alguém que luta por nós. Que não desiste de nós. Alguém que foi até o fim. E que continua indo. Mesmo que fracassemos.

Isso não é apenas para se comover. É para, respirando fundo, crer, viver e se entregar.

P. Júlio Jandt

Igreja Evangélica Reformada de Itararé

0 comentários:

Postar um comentário