quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O FACEBOOK E A REDE DE INVEJA REAL

Facebook-version-of-you_20111117-04Quando olhamos os perfis de nossos amigos e conhecidos no Facebook, não parece que eles são mais felizes do que nós?

Há um ano foi publicada uma pesquisa feita pela Universidade Humboldt em conjunto com a Universidade Técnica de Darmstadt, ambas da Alemanha, que aponta que um em cada três usuários assíduos do Facebook se declara frustrado e triste imediatamente após se desconectar da rede. Para cerca de 30% dos 584 entrevistados, o principal motivo do desgosto é a sensação de que os amigos virtuais levam uma vida melhor que a sua.

Não entendo do assunto – nem mesmo tenho um perfil no face (digo aos meus amigos que, por outro lado, tenho colocado minha face em muitos books) – mas a verdade é que, ao melhor estilo “selecionar-copiar-colar”, exibe-se apenas o melhor. Por isso a inveja está no topo do desgosto, seguido da frustração de não receber atenção e, por fim, do sentimento de solidão.

Segundo a autora da pesquisa, Hanna Krasnova, é natural que, num ambiente de supervalorização de conquistas pessoais, as pessoas passem o tempo todo se comparando umas às outras. Muitos permanecem horas online, mas interagem pouco com os amigos virtuais. Veem suas fotos de festas, viagens, eventos especiais e acabam se sentindo excluídos. Essa frustração os deixa desmotivados a sair de casa e os prende ainda mais ao mundo virtual. Aí forma-se o ciclo da rede de inveja. E inveja real.

Estou longe de “negativar” o Facebook. Ele tem sido útil para milhões. Tem gente que o sabe usar para crescimento, para o bem de outros. Há quem o use, por exemplo, para falar de Jesus.

Mas, para não ficar invejoso ou deprimido, a primeira coisa a perceber é que os perfis nos dão uma imagem apenas virtual dos nossos amigos e conhecidos. Porque essas pessoas por trás dos perfis são pessoas de carne e osso, com ocupações reais, problemas reais, dúvidas reais e com momentos não tão felizes igualmente reais.

Então, curta o Facebook, mas viva uma vida real. Camas não são arrumadas com um clique de mouse. Famintos não são alimentados apenas com um “curtir”. Lembre-se e valorize as pessoas que estão à sua volta e demonstre na prática o amor que você declara virtualmente.

E, o mais importante, procure viver de forma real uma vida com o Deus que é real, com o Deus que se fez presente, em carne e osso, na pessoa de Jesus Cristo. Um Deus real que nos amou tão profundamente a ponto de derramar sangue real para nos dar uma identidade real – em dois sentidos: uma identidade verdadeira e uma identidade de “filho do Rei”.

Isso quer dizer que a presença de Deus não é fantasmagórica, quimérica, fictícia. Deus se fez conosco e assim permanece. Sua voz pode ser ouvida, pois sua Palavra pode ser acessada a todo o instante. E podemos conversar com Ele sempre que quisermos. E na Santa Ceia podemos senti-lo de forma ainda mais plena e presente.

Esse Deus real o chama para viver a sua fé na prática, desempenhando sua vocação com amor cristão, de forma relacional. Onde não sobra espaço para inveja, frustração ou solidão.

Pelo contrário, aí forma-se o ciclo da rede real da fé, da esperança e do amor.

P. Julio Jandt - Igreja Evangélica Reformada de Itararé

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