domingo, 20 de abril de 2014

FASCINADO PELA VERDADE

devocional-verdade-sinceridade-mentiraÉ impressionante o fascínio que a mentira causa em nós.

Quem nunca se escandalizou com uma “notícia” (leia-se “fofoca”) sobre alguém e então descobriu que aquilo não era verdade?

Isso vale também para as “novidades” referentes a fatos antigos. Um exemplo é o estrago causado por Dan Brown com “O Código Da Vinci”. Sem dó nem piedade ele fez muita gente balançar (e até cair da fé!) com a afirmação de que Jesus tivera um caso com Maria Madalena e, inclusive, filhos com ela.

Depois veio o tal papiro, em língua copta, descoberto em 2012, afirmando que o próprio Jesus dissera que tinha uma mulher.  Estudos demonstraram que o papiro não é falsificado, o que deixou muita gente de cabelo em pé.

Mas ‒ calma lá ‒ declarar a autenticidade do papiro não é declarar a autenticidade do conteúdo do papiro. Em outras palavras, o papiro pode e talvez seja antigo mesmo. Mas o que ele contém não quer dizer que é verdade só porque é antigo. Até porque o autor do tal papiro nem conheceu pessoalmente Jesus. E não é porque Dan Brown escreve algo que desperta curiosidade nem por escrever de forma hábil que deve ser levado em consideração.

Aliás, houve outra informação, que, mesmo sendo bem antiga, não passou de uma farsa. É aquela informação que sacerdotes judeus pediram que fosse espalhada pelos soldados, no dia da ressurreição de Jesus. Sabendo que o túmulo estava vazio, pediram aos soldados que espalhassem a “notícia” de que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus. Rolou até uma grana para a notícia circular! Está lá, na Bíblia, em Mateus 28.11-15.

O fato de ser tão antiga quanto a ressurreição não torna essa notícia verdadeira. A ressurreição que, inclusive, foi vista pelos discípulos, por mulheres e por mais de 500 pessoas (1 Coríntios 15.6).

A verdade, diga-se, é essa inquietação humana por algo que contrarie, por algo que soe “diferente” e “bombástico”, por revelações que chamem a atenção. O apóstolo Paulo já tinha falado sobre isso na sua carta a Timóteo, alertando que não faltariam pessoas que se desviariam da verdade, fazendo afirmações categóricas sem prova alguma, causando controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, “que é pela fé” (1 Timóteo 1.4).

Graças a Deus, contudo, a verdade ainda tem prevalecido sobre as invenções humanas. Nem o tal papiro nem a geniosa imaginação de Dan Brown derrubarão fatos. O que aquelas testemunhas oculares da ressurreição viram e propagaram, ninguém derruba. Contra fatos não há argumentos. É digno de nota, inclusive, que até um historiador judeu ‒ e até onde sabemos não seguidor de Cristo ‒ Flávio Josefo, declarou a ressurreição um fato consumado.

Mas aí, obviamente, voltamos ao campo da fé. Sim, da fé que acredita em impossíveis, que espera pelo inesperado, que tem certeza dos fatos que não podem ser vistos.

É pela fé ‒ um dom de Deus ‒ que acreditamos no relato que Ele mesmo preservou sobre a vida e a obra de Jesus, seu Filho amado. É pela fé [e unicamente pela fé] que a nossa vida tem um porquê. E é pela fé [ainda] que podemos comemorar a Páscoa com a certeza de que Jesus realmente venceu a barreira da morte, e vence a barreira da nossa morte também.

É bem melhor viver fascinado pela verdade que produz esperança.

Feliz Páscoa!

P. Julio Jandt - Igreja Evangélica Reformada de Itararé

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