quinta-feira, 27 de junho de 2013

EDUCAÇÃO E EDUCADORES VALORIZADOS

imagesEm uma segunda-feira chuvosa, remexia papéis antigos quando me deparei com duas medalhas. Elas me fizeram pensar no professor que, há 20 anos atrás, me dera a primeira chance de jogar no time da escola. Não resisti, cavouquei seu telefone na internet e liguei. Não sabia se ele ainda lembrava de mim, mas queria expressar-lhe minha gratidão.

A mesma voz, o mesmo jeito interiorano, a mesma humildade... que saudade! A certa altura da conversa, ele disse que já estava se aposentando. E concluiu: “Mas vou continuar trabalhando. Não dá para ficar parado”.

Essa é uma necessidade do corpo, da cabeça e, no caso dos professores do Brasil, também do bolso.

É o que mostra um estudo recente: os professores brasileiros em escolas de Ensino Fundamental têm um dos piores salários de sua categoria em todo o mundo. São Paulo é o estado que melhor paga, e ainda assim equivale a 10% do que ganha um professor na Suíça. Na Coreia do Sul, os salários médios de professores são 121% superiores à média nacional.

Não é à toa, portanto, esse grito também pela educação no Brasil. Um cálculo simples indica que o Brasil gastaria R$ 25,277 bilhões para construir e equipar pré-escolas e escolas capazes de matricular todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos até 2016. E apenas com a Copa do Mundo se gastou R$ 28 bilhões! Nada contra o futebol, mas tudo a favor da educação.

Isso nos faz pensar onde estamos e aonde queremos chegar. Que presente estamos oferecendo às nossas crianças? Que condições de vida estamos dando àqueles que são responsáveis por ensinarem os nossos filhos? Que futuro reservamos a uma nação que investe mais em política do que em educação?

Se a falta de instrução por si só já traz tantos transtornos, imagine a falta de instrução naquela que é a verdade para a vida eterna: a Bíblia. No tempo do profeta Oseias, Deus disse: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Oseias 4.6). E a culpa era dos sacerdotes. Não se aprofundaram na Palavra de Deus e já não instruíam o povo. Resultado: a destruição do povo. Um provérbio parecido dito também pelo sábio Salomão: “Não havendo profecia, o povo se corrompe” (Provérbios 29.18).

Isso também nos faz pensar na igreja de hoje e de amanhã. Os escândalos proporcionados por aqueles que se dizem “pastores” e por “igrejas” que não passam de empresas de chantagem e extorsão devem-se (e muito!) à falta de instrução – falsos mestres querendo ensinar, e discípulos que se satisfazem com qualquer tipo de ensino.

“Portanto... guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, lembra oportunamente o apóstolo (2 Pedro 3.17-18).

Eu sei, não é Dia dos Professores, mas... que tal se começássemos lembrando de nossos mestres em oração e pedindo a bênção de Deus pelas suas vidas? Ou, se for possível, que tal um telefonema, um abraço, um aperto de mão que mostre a nossa gratidão por eles? É como disse Martinho Lutero: “A Deus, aos pais e aos mestres nunca se poderá agradecer e recompensar de modo suficiente”.

P. Julio Jandt - Igreja Evangélica Reformada de Itararé

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