Elvio Figur
Por meio de
Isaías Deus disse; “Eu estava pronto para atender o meu povo, mas eles não pediram a minha
ajuda; estava pronto para ser achado, mas eles não me procuraram. A um povo que
não orou a mim eu disse; ‘Estou aqui! Estou aqui! O Dia inteiro eu abri os
braços, pronto para receber um povo rebelde, um povo que anda no caminho do
mal, seguindo sempre os seus próprios caprichos” (Is 65.1 e 2). Andar
pelos ‘caminhos do mal’ e ‘seguir os próprios caprichos’ são tendências humanas
herdadas com a corrupção desde o momento da queda em pecado. Como bem alertou o
sábio rei Salomão, “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de
morte” (Provérbios 14.12). ‘Seguir
os próprios caprichos’ é um desses ‘caminhos de morte’.
Sendo Deus, o
criador e aquele que preserva todo o universo e assim também o ser humano, cabe
a ele definir o caminho certo do que não é o certo. E isso a humanidade tem
dificuldades em compreender. Por isso, o grande perigo na caminhada humana por
este mundo, é achar que está seguindo pelo caminho direito, quando, na verdade,
está seguindo por caminhos que não levam à vida e ainda nos afastam do criador.
É por esta razão que Isaías alerta para ‘a
busca estulta (tola) da parte
daqueles que procuram Deus por um caminho escolhido por eles próprios, e não
pelo caminho que Deus deseja ser buscado e encontrado’ (M. Lutero OS
8,272).
Yaweh é um Deus
justo, verdadeiro e correto e, por isso, ele não será encontrado nos caminhos
humanos, a menos que a humanidade o
busque lá aonde ele pode ser encontrado. É por isso que ele diz; “Eu
estava pronto para atender o meu povo, mas eles não pediram a minha ajuda... A
um povo que não orou a mim eu disse; ‘Estou Aqui! Estou aqui!’”, mas
ninguém o viu nem ouviu, porque lá onde o povo voltava seus olhos, Deus não
podia ser encontrado, pois eram ‘caminhos
de morte’, e neles Deus não está.
# # #
Nosso país vive
um momento bastante delicado. Milhões de pessoas estão indo às ruas para
manifestar suas indignações, suas insatisfações com o poder público e com os
rumos do país. Sem dúvida, essas manifestações demonstram a veracidade do texto
de provérbios onde está registrado que “A justiça engrandece um povo, mas o pecado
é uma desgraça para qualquer nação” (14.34). Os caminhos de pecado são
o que trazem a desgraça a uma nação inteira, e o pecado, infelizmente, está
presente em todos os seres humanos de todos os níveis sociais ou políticos. O
pecado presente causa todo o tipo de maldade; desonestidade, inveja, adultério,
furtos, corrupção, assassinatos e todo tipo de males que partem do coração
humano. Todos estes males estão presentes sim nas autoridades que governam
nosso país, mas estão também presentes nos corações de cada um de nós e é aqui,
nos corações, que esses pecados devem ser combatidos.
Como¿
O mesmo texto
bíblico de Isaías aponta para a resposta; “A um povo que não orou a mim eu disse;
‘Estou aqui! Estou aqui! O Dia inteiro eu abri os braços, pronto para receber
um povo rebelde...” (Is 65.1). No mesmo texto bíblico, como explica
Lutero, ‘a justiça de Deus nos é ofertada
sem méritos e obras de nossa parte, enquanto fazemos e procuramos
exageradamente outras coisas que não sejam a justiça de Deus’ (M. Lutero OS
8.272). Enquanto o povo anda nos caminhos do mal, Deus continua ali, o dia inteiro de braços abertos dizendo; Eu estou
aqui! Eu estou aqui!
Yaweh,
Deus, é encontrado, não nos caminhos escolhidos por nós mesmos, mas ele é
encontrado lá onde ele mesmo, Yaweh, Deus, em sua infinita sabedoria, justiça e
santidade, ‘deseja ser buscado e
encontrado’ (M. Lutero OS 8,272). Por isso, precisamos, como indivíduos,
como cidadãos e como país olhar para aquilo que Deus diz em sua Palavra. E ele
diz; “Trabalhem
para o bem da cidade para onde eu os mandei... Orem a mim, pedindo em favor
dela, pois, se ela estiver bem, vocês também estarão.” (Jeremias 29.7).
O povo
que se manifesta nas ruas espera respostas para os problemas da violência, da
educação, da política, etc. Mas, infelizmente, muitos ignoram que tudo isso
também passa pela religião. Não podemos ignorar
que foi o Senhor Deus quem nos criou. É ele quem nos mantém em vida, nos salva
e santifica. Se nos esquecermos disso, ignoramos a verdadeira origem e a
verdadeira razão de nossa existência nesse mundo. E, ao ignorarmos nossa
verdadeira identidade de filhos de Deus nascidos para ele, andaremos pelos
‘caminhos do mal’ e ‘seguindo os nossos próprios caprichos’ (Is 65. 2).
Há
uma canção de um dos últimos CD’s da Juventude Evangélica Luterana do Brasil
cuja letra vem de encontro a tudo isso, e responde o que, do ponto de vista cristão,
falta ao nosso país, nosso governo e aos nosso cidadãos. Diz a canção;
Nosso país
precisa vencer, voltar a nascer, crescer com Jesus. Feliz a Nação cujo Rei é o
SENHOR, pois existe o amor, a paz e o perdão.
Nosso País precisa orar, e agradecer as bênçãos do
céu. Feliz é a Nação que se ampara em Deus, e nas decisões segue a sua Lei.
E ao olhar o presente e o futuro, devem olhar sempre
na direção, da morada livre e eterna junto a Jesus.
Pois amar é sempre preciso, governar com as mãos de
Deus. O poder maior sobre a terra vem do SENHOR.
::O Nosso país precisa hastear a bandeira do bem.
Cantar o hino de independência do seu coração. Pois o seu povo foi libertado,
da maldição de todo pecado. Nosso governo pertence ao SENHOR, o Rei dos Reis.::
A Igreja
Evangélica Luterana do Brasil completa seus 109 anos no próximo dia 24 em meio
a um contexto onde profundas transformações podem e devem acontecer. E isso nos
faz refletir sobre o papel que a igreja cristã tem neste mundo, mais
especificamente, o Brasil. O papel da igreja é o de empenhar-se em divulgar o evangelho
de Cristo a todos os recantos do país, mostrando que Deus ‘está pronto para atender o seu povo se eles pedirem a sua ajuda’.
O papel da igreja nesse contexto turbulento que vive o nosso país é refletir a
o mundo as Palavras de Deus que continua dizendo; “‘Estou Aqui! Estou aqui!’ O Dia inteiro
eu estou com os braços abertos, pronto para recebê-los...” (Is 65.1). E a
igreja faz isso por acreditar
fielmente que é “Feliz a Nação cujo Deus é o SENHOR!” (Salmo 33.12).
Amém.
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